quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

  A ESPOSA DO PASTOR


                                       

                   Ela é vista como a mulher perfeita ou a vilã no ministério do pastor, todos querem vê-la trabalhar e se ela não se envolve é motivo de criticas por parte da membresia da igreja.

Em uma pequena cidade havia um casal de ministros de Deus ele muito dedicado na obra ela seguia os passos do esposo, mas com reservas. Por que a reserva? Bem! Na igreja o pastor era o líder "perfeito", o marido "perfeito", o pai "perfeito", amoroso e zeloso de sua casa  a esposa ficava feliz quando pelos amigos eram convidados para lanchar, pois o próprio marido nunca levou os seus, para esse momentos de descontração.

As criticas sempre cercavam a esposa do pastor, o líder era um exemplo de "homem de Deus", crianças, adolescentes, jovens adultos e anciãos desejavam ser como seu ministro, mas ninguém queria ser como sua esposa embora humilde, para eles ela era relaxada na obra, havia até irmãos que desejavam sua morte para que o pastor pudesse segundo eles ter mais liberdade para fazer a obra já que sua esposa não estava a altura do seu ministério pastoral. Por vezes usava vestidos com mangas longas e caia na gargalhada do povo principalmente quando na noite de culto chegava de óculos escuros.

Na Igreja ela tinha apenas uma amiga a juíza Susan.
Sua única amiga resolveu um dia visitá-la, ao tocar a campainha da porta o filho mais velho veio atender, ele estava com lágrimas nos olhos, resolveu  fechar a porta, mas a amiga de sua mãe meteu as mãos impedindo. Ela foi entrando  e viu a esposa do pastor com marcas no rosto e nos braços caída ao chão a chorar e seus filhos envolta apoiando a mãe e chorando com ela. A amiga indagou o que havia ocorrido, pois pensava ela tratar-se de algum assalto e perguntou pelo pastor.

Quando uma das crianças disse: Foi o papai! Psiu! Disse  uma das crianças. A amiga ficou surpresa e a esposa do pastor não pode esconder os sofrimentos de muitos anos. O papai só é legal na igreja irmã! Disse uma criança.
A esposa daquele "líder" apanhava quase todos os dias principalmente se algum irmão apertasse sua mão  cumprimentando-a  como de costume aos santos. Se ela conversasse um pouco só com algum jovem ou irmão a noite era de terror, ela apanhava até por chegar atrasada da feira, seu tempo era cronometrado pelo pastor quando este estava em casa.

O café deveria estar sempre na garrafa pronto para os irmãos que fossem visitar ao "dedicado servo". Ela só comparecia quando chamada para fazer o H de sempre, sorrisos sem apertos de mãos  caso algum irmão lhe estendesse as mãos e ela o cumprimentasse, após a saída da visita o cinto descia no corpo da irmã. E o filho que se metesse - apanhava. Na igreja eles não eram envolvidos em nada justamente para não contarem aos outros as atrocidades que viviam em casa.
Logo, alguns diziam:  A família do pastor é esquisita, não acompanha o servo de Deus em nada, é uma família sem visão das coisas eternas. Coitado do pastor ele não soube escolher a esposa  ela influência os filhos a serem  frios na fé.

Naquela manhã o pastor havia saído sem tomar o café, porque sua esposa errou ao adoçar demais o pingado* e como castigo apanhou, seus filhos acordaram com as pancadas costumeiras e correram para cozinha e lá viram sua mãe ao chão, ele passou por elas aborrecido sem dar uma palavra. Pegou seu carro  e de forma educada falou com os vizinhos na sua rua e foi embora para o trabalho. Dez minutos depois  chega Susan sua única amiga, elas tinham marcado naquele dia uma saída até o comercio  e agora Susan,  vê como está sua amiga e vai em busca de uma solução.

Susan a orientou sob como deveria agir, alugou uma casa para amiga e   naquele dia  removeu com seus filhos das mãos do pastor. Uma carta foi deixada pela Juíza e não mais amiga do pastor.
A princípio a igreja ficou contra a Irmã Susan  o comentário era que Susan tinha um caso com a esposa do obreiro de Deus e que a tomou dos braços do pastor para viverem como família.
Ele se apresentou como vitima e inclusive a igreja pagou a ele um advogado para  fazer a sua defesa. A juíza colheu provas dos espancamentos e maus tratos do pastor para  com sua família o mesmo foi condenado e excluído do ministério. A igreja veio ao encontro da família do pastor e de Susan pediu-lhes perdão e todos ajudaram aquela mulher que até então era vista como vilã, mas que se revelou como verdadeira mulher de Deus juntamente com seus filhos.

Ela pediu divorcio e hoje vive ao lado de seus filhos, não casou-se, tem netos, genros e noras que lhes amam muito. Dois filhos são ministros de Deus e duas filhas esposas de pastores todos vivendo em plena paz em Cristo.
O pastor cumpriu a pena, após o divorcio contraiu novo matrimônio,  fundou um  ministério e com o tempo a sua segunda esposa se divorciou dele, por causa de seus maus-tratos, hoje está preso. Quantos não vivem assim diante da sociedade cristã, quantos  preferem viver de uma aparente maneira social só para dar satisfação aos outros?

Esses na realidade são lobos em suas próprias casas, devorando as suas próprias famílias não seguindo a orientação doutrinaria de Paulo que Diz: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” Efésios 5:25 A esposa de um pastor deve ser amada cuidada e nutrida de todo afeto carinhoso do seu esposo e líder. A esposa de um pastor tem histórias para contar boas ao lado do marido ou más. Mas o mais importante é que elas sejam amadas pelos seus maridos, quisera que essa pequena estória não fosse verdade, mas infelizmente vem acontecendo em muitos lares de  ministros e membros de  igrejas  locais espalhadas pelo mundo.

*Pingado: Café com leite

Pr. Haroldo  Azevedo

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